Burnout já chegou ao centro das discussões sobre saúde mental nas empresas, e eu não me surpreendo. Me lembro da primeira vez que ouvi o termo numa reunião interna, lá no início dos anos 2000, e de como o tema parecia distante. Hoje, basta circular por conversas informais ou acompanhar notícias para perceber que pouca gente se sente imune ao esgotamento.
O que mudou de lá pra cá? A resposta não cabe em apenas uma frase, mas dados recentes ajudam a ilustrar: um estudo da Fiocruz mostrou que 47% dos trabalhadores brasileiros relataram sintomas de burnout durante a pandemia de COVID‑19. Isso fala de algo grande, que não pode ser ignorado nem por líderes de equipes, nem – principalmente – pelos profissionais de RH.
Por que o burnout é tão comum hoje?
Eu me pergunto isso quase todos os dias quando converso com times que atendo. A sobrecarga, a pressão por resultados e o ambiente de trabalho extremamente conectado são fatores visíveis. Mas existem detalhes sutis, como a falta de clareza nas funções, reconhecimento insuficiente e comunicação truncada, que aparecem quase como sombras em segundo plano.
Não se trata só de excesso de trabalho, mas também do jeito como as relações se organizam na empresa.
Setores como saúde, educação, TI e serviço público têm relatado taxas assustadoras, de acordo com pesquisa do IPEA, estudo da UFRGS, levantamento do Senado Federal e reportagem da Folha. Quando leio esses números, penso nas histórias de colegas que vi passando por crises graves sem nunca receber apoio formal.
Principais sinais de alerta
Nem sempre o burnout aparece como uma crise aguda. Muitas vezes, começa aos poucos:
- Cansaço persistente, mesmo após descanso
- Dificuldade de concentração
- Falta de energia e apatia
- Irritabilidade ou mudanças bruscas de humor
- Queda no desempenho ou sensação de ineficácia
- Isolamento do grupo de trabalho
Acho fundamental, para quem atua com pessoas, reconhecer esses alertas logo no início. Vejo que muitas vezes, quando o RH identifica rapidamente essas mudanças, há mais chances da situação não evoluir para algo mais sério.
Como o RH pode agir na prevenção?
Falo isso baseado na minha experiência: a área de Recursos Humanos tem papel de protagonista na prevenção do burnout. Não é só deixar campanhas de conscientização rodando, sabe? Pré-venda de frases prontas não resolve o problema. O caminho é mais profundo.
1. Diagnóstico inicial e escuta ativa
O primeiro passo, que sempre recomendo, é criar mecanismos de diagnóstico, mesmo que sejam simples formulários anônimos ou rodas de conversa. A troca honesta faz diferença.
O gestor de RH deve garantir espaços seguros para que os colaboradores possam falar abertamente sobre suas dificuldades.
Na Taggui RH, por exemplo, percebi como recursos integrados de pesquisa de clima e canal de escuta estimulam uma participação genuína. Sem precisar de burocracia, equipes conseguem se manifestar e encontrar respostas.
2. Treinamento de líderes e comunicação clara
A cultura do comando e controle já mostrou seus limites. Sempre insisto com empresas para treinarem líderes a ouvirem, darem feedbacks regulares e estimularem autonomia. Na minha vivência, muitos casos de burnout começam exatamente onde há falhas de comunicação e foco apenas em entregas.
- Reuniões periódicas não invasivas
- Clareza nas expectativas
- Reconhecimento pelo esforço, não só pelo resultado
3. Flexibilidade e equilíbrio
Nem todas as empresas conseguem adotar home office ou modelos 100% flexíveis, mas pequenas concessões já fazem diferença. Flexibilidade no horário de chegada, pausas programadas e respeito ao tempo de descanso são exemplos que vi funcionando. Incluir campanhas para que pessoas não levem trabalho para casa (no sentido mental mesmo) é outra sugestão que aplico há anos.
4. Desenvolvimento de programas de apoio
Oferecer apoio psicológico, parcerias com profissionais da saúde, além de criar campanhas de bem-estar, são saídas de baixo custo e alto impacto. No Taggui RH, percebo empresas desenvolvendo trilhas de aprendizado sobre saúde mental diretamente na plataforma, aproximando informação do cotidiano.
Como envolver as equipes na prevenção
Uma coisa que costumo reforçar é ser transparente sobre as ações. Funcionários precisam enxergar sentido nos programas e no esforço da empresa – não apenas adesivos motivacionais pelas paredes.
O envolvimento genuíno nasce do exemplo.
Por isso, recomendo pequenas atitudes:
- Líderes compartilhando experiências, incluindo vulnerabilidades
- Espaços regulares de escuta, como cafés virtuais, mentorias, conversas one-on-one
- Incentivo ao uso de canais de denúncia para casos de assédio
- Celebrar conquistas da equipe como coletividade, não só esforços individuais
Impacto do burnout nas equipes
Nos diversos setores, o burnout não resulta só em desconforto. Traz absenteísmo, aumento de rotatividade e até risco de processos trabalhistas. E cada área traz desafios próprios: profissionais da saúde são especialmente vulneráveis, como mostrou estudo recente do IPEA; professores universitários vivem taxas muito altas, segundo pesquisa da UFRGS; e o setor público também enfrenta o problema, de acordo com levantamento do Senado. Profissionais de TI sofrem com alta incidência, segundo estudo citado pela Folha de S.Paulo.
No fim das contas, cada vez mais empresas querem – ou precisam – tratar o esgotamento como tema estratégico, inclusive porque impacta resultados, clima e retenção de talentos. Quem ignora paga um preço, cedo ou tarde.
Conclusão
Ao longo de todos esses anos observando políticas de RH e acompanhando equipes de perto, vejo que lidar com burnout pede estratégias múltiplas e, em parte, específicas para cada cultura organizacional. Não existe fórmula pronta, mas a prevenção passa obrigatoriamente por escuta, flexibilidade, engajamento e informação acessível. Ferramentas como a Taggui RH ajudam muito quando centralizam processos de RH e unem comunicação, pesquisa e registros em um só sistema.
Cuidar da saúde mental não é perfumaria, é questão de sobrevivência.
Se você identifica sinais de burnout na sua equipe ou quer estruturar ações preventivas, recomendo conhecer mais sobre como a Taggui RH pode ajudar seu RH a atuar de forma simples, integrada e sem burocracia.
Perguntas frequentes sobre burnout em equipes
O que é burnout em equipes?
Burnout em equipes é um estado de esgotamento físico e emocional causado pelo contexto repetitivo de estresse profissional. Pode se manifestar por meio de fadiga, desmotivação, irritabilidade e sensação de ineficácia nas pessoas que compõem determinado grupo, afetando o desempenho coletivo e o ambiente de trabalho.
Como identificar sinais de burnout?
Alguns indicadores mais comuns são: cansaço persistente, queda de motivação, dificuldade de concentração, mudanças de humor, aumento do absenteísmo e isolamento social. Observando essas mudanças de comportamento, líderes e RH conseguem agir de forma preventiva.
Quais ações de RH previnem burnout?
O RH pode atuar prevenindo burnout por meio de escuta ativa, diagnósticos regulares de clima, campanhas de conscientização, treinamentos de lideranças, flexibilidade de jornada, incentivos ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oferta de apoio psicológico. Centralizar essas práticas, como faz a Taggui RH, torna essas estratégias mais acessíveis e eficientes.
Como apoiar colaboradores com burnout?
Primeiro, mostrando acolhimento e escuta sem julgamento. Em seguida, encaminhando para apoio especializado, ajustando demandas e promovendo flexibilização da rotina. É adequado revisar prazos e repensar as cobranças, além de evitar exposição e estigmatização.
Burnout pode afetar a produtividade?
Sim. Burnout prejudica diretamente o desempenho, causa falhas, atrasos e aumento do absenteísmo, além de comprometer o clima da equipe. Empresas que não atuam na prevenção podem perder talentos e ter prejuízos diretos nos resultados.
